ATA DA VIGÉSIMA SEXTA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 14-10-1999.
Aos quatorze dias do mês de outubro do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e
sete minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a
homenagear a Igreja Evangélica Assembléia de Deus, pela passagem de seus
setenta e cinco anos em Porto Alegre e noventa no Brasil, nos termos do
Requerimento nº 186/99 (Processo nº 2670/99), de autoria da Mesa Diretora.
Compuseram a MESA: o Vereador Paulo Brum, 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o Pastor João Ferreira Filho,
Presidente da Convenção Estadual de Pastores das Igrejas Evangélicas Assembléia
de Deus; o Deputado Estadual Edemar Vargas, representante da Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o Pastor Edegar Machado,
Vice-Presidente da Convenção Estadual de Pastores das Igrejas Evangélicas
Assembléia de Deus; o Major Wagner Tadeu Gaby, representante do Comando Militar
do Sul; a Senhora Vera Regina Alves Adegas, representante da Defensoria Pública
Geral do Estado do Rio Grande do Sul; o Deputado Estadual Eliseu Santos; o
Senhor Antônio Antunes dos Santos, Gerente Regional da Sociedade Bíblica do
Brasil; o Vereador Adeli Sell, 1º Secretário deste Legislativo. A seguir, o
Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino
Nacional e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em
nome da Casa. O Vereador Eliseu Sabino, em nome das Bancadas do PTB e do PMDB,
discorreu acerca da implantação e do desenvolvimento, no Brasil, da Igreja
Evangélica Assembléia de Deus, declarando que esta Igreja, ao longo do tempo,
tem sido exemplar em suas atividades de resgate espiritual e de manutenção de
obras sociais em benefício das comunidades mais carentes. Após, foram ouvidas
apresentações artísticas efetuadas pelo Coral Cânticos de Fé, sob a regência da
Maestra Noemi, e pelo Jogral de Jovens do Distrito Bom Jesus. O Vereador Adeli
Sell, em nome da Bancada do PT, lendo trechos do Evangelho Segundo São Mateus,
destacou a importância concedida pela Bíblia Sagrada à prática de ações
embasadas na justiça e na busca da construção de uma sociedade melhor, saudando
o trabalho realizado neste sentido pela Igreja Evangélica Assembléia de Deus. O
Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, discorreu sobre a trajetória
percorrida no Brasil pelos primeiros missionários da Igreja Evangélica
Assembléia de Deus, que aqui chegaram em mil novecentos e nove, salientando as
dificuldades enfrentadas por estes pastores, em especial face aos preconceitos
religiosos então vigentes. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPB,
falou sobre a atuação da Igreja Evangélica Assembléia de Deus na difusão da
leitura da Bíblia Sagrada, relatando fatos de sua vida que foram influenciados
pela crença divulgada por essa Igreja, crença embasada na necessidade da fé no
poder de Deus para solução de nossos problemas. Em prosseguimento, o Senhor
Presidente concedeu a palavra ao Pastor João Ferreira Filho, que discorreu
sobre a importância da divulgação da palavra de Deus na sociedade atual, como
forma de transformação do homem e de construção de um mundo melhor. Após, o
Vereador Isaac Ainhorn procedeu à entrega de um calendário judaico do ano
5760-1999/2000 ao Pastor João Ferreira Filho, e o Vereador Eliseu Sabino
procedeu à entrega de lembranças aos Pastores João Ferreira Filho e Edegar
Machado e aos Maestros Jorge Luz e Noemi. A seguir, foi ouvido número musical
apresentado pelo Coral Viva Voz, sob a regência do Maestro Jorge Luz. Em continuidade,
o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução do
Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a
tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezenove horas e cinco minutos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Paulo Brum e
secretariados pelo Vereador Adeli Sell. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Paulo
Brum): Estão
abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear a Igreja
Evangélica Assembléia de Deus pela passagem dos seus 75 anos em Porto Alegre e
90 anos no Brasil.
Convidamos para compor a Mesa o Presidente da Convenção Estadual de
Pastores das Igrejas Evangélicas Assembléia de Deus Pastor João Ferreira Filho;
o representante da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Deputado Estadual Edemar Vargas; o Vice-Presidente da Convenção Estadual de
Pastores das Igrejas Evangélicas Assembléia de Deus Pastor Edegar Machado; o
representante do Comando Militar do Sul Major Wagner Tadeu Gaby; a Sra. Vera
Regina Alves Adegas, representante da Defensoria Pública Geral do Estado; Sr.
Eliseu Santos, Deputado Estadual; Sr. Antônio Antunes dos Santos, Gerente
Regional da Sociedade Bíblica do Brasil.
Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvir o Hino Nacional.
(Executa-se o Hino Nacional.)
O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra, como proponente desta Sessão
Solene e fala, também, pela Bancada do PTB e pela Bancada do PMDB.
O SR. ELISEU SABINO: (Saúda os componentes da
Mesa.) Caros colegas Vereadores, representantes das diversas Bancadas nesta
Casa; prezados colegas de Ministério, Pastores, Ministros Evangélicos da
Assembléia de Deus e de outras denominações. Os corais, aqui, representando a
parte musical da nossa Igreja, Coral “Cânticos de Fé”, também o “Coral da
Cidade de Canoas”, o “Grupo de Jovens - Jogral da Mocidade” - Distrito Bom
Jesus. Saúdo, cordialmente, com a habitual saudação do povo assembleiano: “A
paz do Senhor”. Esse cumprimento tem um grande significado no meio do povo
assembleiano, diz muitas coisas, enlaça e nos une em força maravilhosamente
inexplicável, inintelegível a não ser pela fé. Não é uma paz qualquer, não como
o mundo dá; é uma paz que nos garante segurança, intercessão, alegria,
integração, saúde física e espiritual, financeira, familiar e sentimental.
A Igreja Evangélica Assembléia de Deus está comemorando 90 anos de
existência no Brasil e 75 anos no Rio Grande do Sul. Em 1909, dois jovens
suecos, Gunnar Vingren e Daniel Berg, residentes nos Estados Unidos, foram lá
batizados com o Espírito Santo ao mesmo tempo em que, em suas orações, tiveram
a chamada missionária. Chegaram ao nosso País, em Belém, no Pará, em 19 de
novembro de 1910. Esses consagrados homens de Deus, com um pequeno e humilde
grupo de crentes, fundaram, em 18 de junho de 1911, a Missão da Fé Apostólica,
que mais tarde, em 11 de janeiro de 1918, ficou conhecida como Assembléia de
Deus.
Em 1924, o irmão Gustavo Nordlund, e sua esposa, irmã Elizabeth, traziam para o Rio Grande do Sul, essa missão. Em 15 de abril do mesmo ano, no Bairro Mont Serrat, em Porto Alegre, realizaram o primeiro culto. Nessa trajetória a Igreja, em 1937, adquiriu um terreno na Rua General Neto, onde mais tarde em 1939, iniciou a construção de um templo, para abrigar aproximadamente 3000 pessoas, onde atualmente é sua matriz.
Eu coloco um parêntese: Que desafio! Que fé, a visão desse grande servo
de Deus! O número de membros era tão resumido, e qualquer um que visse o
projeto daquela construção teria, com muita facilidade, a habilidade de pensar
ser e chamá-lo de "um homem que não tinha a cabeça no lugar". Mas ali estava sendo realizada uma obra de
fé.
Hoje, contando com diversos templos e milhares de membros no Rio Grande
do Sul, a Igreja Assembléia de Deus vem, ao longo do tempo, firmando-se como
exemplo em suas atividades espirituais e sociais. Atividades espirituais,
resgatando os homens das garras de Satanás, resgatando homens que estão a
passos gigantescos para inferno, direcionando-os para o caminho do céu. Nas
áreas sociais, como mantenedora de orfanatos, asilos, creches, hospitais,
escolas e muitas outras.
Entre as doutrinas fundamentais da Igreja Assembléia de Deus,
relacionam-se: salvação, justificação, ressurreição, batismo, o dízimo, o
arrebatamento da Igreja.
Falando em crescimento da Igreja, hoje, quando comemoramos os 90 anos
de Brasil e os 75 anos de Estado do Rio Grande do Sul, desejo falar de uma
doutrina fundamental, que tem, ao longo dos anos, pautado os caminhos e a
direção dessa Igreja: a doutrina do fundamental do Batismo com o Espírito Santo.
Ela tem o seu início no Livro do Profeta Joel, quando desempenhou seu
ministério, 770 anos a.C. e disse: “Há de ser que, depois derramarei do meu
espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão; os
vossos velhos terão sonhos; os vossos mancebos terão visões. E também sobre os
servos e sobre as servas naquele dia derramarei o meu Espírito” (Jl. 2.28,29).
Além de Joel, encontramos o Profeta Isaías que fala a respeito do mesmo
assunto: “Porque derramarei água sobre os sedentos, e rios sobre a terra seca;
derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha benção nos teus
descendentes” (Is. 44.3). No Novo Testamento, vimos a profecia de João Baptista
a respeito: “E eu em verdade, vos batizo com água para o arrependimento; mas
aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, e cujas alparcas não sou
digno de levar; ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo”. Jesus também
prometeu aos seus discípulos a vinda do Espírito Santo, e ordenou-lhes que
permanecessem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder.
Veja ainda em Atos 1.5, Jesus prometeu que seriam batizados com o
Espírito Santo dentro de poucos dias, e que receberiam poder ao vir sobre eles
o dom celestial. Essa força, esse poder que vem do alto é verdadeiramente a
razão do crescimento desta Igreja, Igreja Evangélica Assembléia de Deus, pois
promove no interior de cada vida um forte espírito de unidade, de união. Há um
refrão que usamos: a união faz a força. A força e o poder fazem a união. Somos
discípulos de Cristo, portanto seguimos ardorosamente os seus ensinamentos.
Jesus disse: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela Sua
palavra hão de crer em mim, para que todos sejam um como tu, ó Pai, és em mim e eu em ti; que também eles sejam
um em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste”. “E eu dei-lhes a glória
que a mim me deste para que sejam um, como nós somos um. Eu neles e tu em mim,
para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me
enviaste e que tens amado a eles como tens amado a mim”. Essa é a razão do
crescimento da Igreja Evangélica Assembléia de Deus.
No ano de 1955, com o retorno do Irmão Gustavo e a sua esposa para a
Suécia, o ungido homem de Deus, Pastor Nils Taranger e a Irmã Mary assumiram a
presidência da Igreja de Porto Alegre, e pastoreou até outubro de 1998.
Nasci em 1948, portanto, eu tinha sete anos de idade quando o Pastor
Nils assumiu a nossa Igreja em Porto Alegre. Ainda não era membro da Igreja,
mas já era aluno da Escola Bíblica Dominical. Assim fui educado na Igreja pelos
meus pais. Aproveito para fazer uma homenagem póstuma a minha mãe, que não se
encontra aqui, e uma homenagem viva ao meu pai que está presente, que é da
segunda geração da Assembléia de Deus. Naquela ocasião, como filho primogênito,
ajudava no orçamento da família engraxando sapatos nesta Cidade, vendendo
jornais, balas, etc. Mas, com 9 anos, também fui queimado com o fogo do
Espírito Santo e a chama se acendeu no meu coração; a mesma chama que se
acendera há quase dois mil anos passados, se acendeu no meu coração. Aquele
menino que nasceu em uma das vilas mais pobres de Porto Alegre - temos aqui
muitas testemunhas que, dali, surgiram muitos marginais, muitos morreram, não
suportaram -, ele cresceu dentro dos ensinamentos bíblicos, conforme a palavra
de Deus diz: “Creia, menino, no caminho do Senhor, ensina a ele o caminho que
deve dar e quando ele crescer nunca vai-se desviar e se esquecer dele.” Deus
tem nos guardado ao longo dos anos.
Faço aqui um registro muito especial ao meu querido Pastor Nils
Taranger e Irmã Mary, que não estão presentes em virtude da enfermidade. Mas
como Paulo esteve aos pés de Gamaliel, eu sempre estive aos pés do meu Pastor,
foi o que eu conheci como Pastor dentro da Igreja, ouvindo as suas doutrinas e
os seus ensinamentos. Querido Pastor Nils a nossa sincera homenagem, nesta
oportunidade.
No dia 19 de outubro de 1998, assumiu a Igreja Assembléia de Deus de
Porto Alegre, o nosso querido Pastor João Ferreira filho e sua esposa Irmã Gessi,
que vieram de Ijuí para Porto Alegre acompanhados do nosso querido Pastor
Geraldino Silva e sua querida família, Irmã Lenir e filhos. Neste mês completa
exatamente um ano que essas queridas famílias se integram ao povo
porto-alegrense. Temos a honra de estar recebendo, também, não apenas o
Presidente da Igreja de Porto Alegre mas o Presidente da Convenção dos Pastores
do Estado do Rio Grande do Sul e o Presidente da União de Pastores e Líderes da
Região Sul: Paraná, Santa Catarina. e Rio Grande do Sul.
Quero, aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que talvez não conheçam
a nossa trajetória, manifestar ao Senhor Pastor João Ferreira Filho a minha
gratidão. Conhecíamos o Pastor Ferreira à distância, tivemos o privilégio de
conhecê-lo de perto e, há um ano, estamos convivendo com ele. Esse querido
servo de Deus, com a sua amada esposa irmã Gessi, são semelhantes aos nossos
pioneiros, àqueles que vieram semeando a palavra e trazendo-a até nós. Quero
dizer, Pastor Ferreira, que a expectativa era grande quando esperávamos o
Pastor da Cidade de Porto Alegre, mas nunca pensávamos que estaríamos recebendo
um Pastor que veio embebido de tanto amor, de tanto carinho para dar a esta
Igreja.
A minha gratidão aos corais e pastores que estão aqui. Estou
sensibilizado e emocionado, porque o que eu sinto não é apenas a emoção humana,
o que sinto aqui, nesta tribuna, que muitas vezes usamos em nossas Sessões,
Ver. Pedro Américo Leal, é a presença de Deus, é a unção do Espírito Santo! O
mesmo poder que resgata as vidas que estão aprisionadas pelo pecado, pela vida
enganosa deste mundo, é o poder que sentimos aqui, nesta hora, Ver. Adeli Sell,
Ver. João Antônio Dib, que bem conhece a Igreja, Ver. Reginaldo Pujol.
Manifesto a todas as pessoas presentes a minha gratidão. A festa não é somente
do Ver. Eliseu Sabino e dos Vereadores desta Casa, é também da Igreja
Assembléia de Deus que comemora 90 anos no Brasil e 75 anos no Rio Grande do
Sul, mas com a tocha acesa no coração, para desbravar as matas do pecado,
iniqüidade que está no mundo! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A seguir, teremos uma
apresentação do Coral Cânticos de Fé,
sob a regência da Sra. Noemi.
(É feita a apresentação.)
Teremos uma apresentação do Jogral de Jovens do Distrito Bom Jesus.
(É feita a apresentação.)
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para falar pela Bancada do PT.
O SR. ADELI SELL: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes). Nós queremos fazer uma saudação toda especial à
Igreja Assembléia de Deus, que comemora 90 anos no Brasil e 75 no Rio Grande do
Sul. Uma homenagem especial a pessoas como o Pastor Ferreira; sua esposa, irmã
Gessi; os pastores que estão aqui, obreiros e obreiras, àqueles que durante
tanto tempo, tantos anos e no futuro, levaram, levam e levarão a mensagem ao
povo de Deus.
Nós, talvez, não devêssemos falar uma coisa que eu peço, de antemão,
perdão, mas vou dizer. Muitas vezes se faz injustiças. Às vezes, é contra um
vizinho; às vezes, contra um irmão. Nós, que aqui, hoje, temos o prazer de falar
em nome de doze Vereadores da Bancada do Partido dos Trabalhadores, também
fomos às vezes injustiçados. Às vezes lhes disseram que esse era um partido de
descrentes, disseram não só para a sua Igreja, mas para muitos outros. Mas nós
estamos aqui, porque quero, inclusive, citar para as senhoras e senhores, neste
marco importante, que é esta Sessão Solene desta Câmara de Vereadores, a
palavra da Bíblia Sagrada que se encontra em Matheus, Cap. XVI, versos 18 e 19,
que diz: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a
minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Darte-ei as
chaves do Reino dos Céus; o que ligares na Terra, será ligado nos Céus.” Ou
seja, é o exemplo, é a ação prática, é o cotidiano de todos nós. É isso que
conta, não o que muitas vezes se diz; não o que muitas vezes se propaga, porque
as palavras ao vento somem, mas as ações, realizadas aqui na Terra, ontem, hoje
e amanhã, é que nos ligarão aos céus.
É por isso que eu tenho o privilégio de vir aqui, abrir meu coração e
dizer às senhoras e aos senhores: nós estamos num momento importante da vida
deste País. Noventa anos foram trilhados, aqui, pela Igreja Assembléia de Deus,
por pastores, por pessoas dedicadas, pessoas que, nos quatro cantos da Nação, em
cada canto, em cada vila desta Cidade, deste Estado, estão colocando aquilo que
eu acredito que não é apenas uma palavra, é a expressão real do seu dia-a-dia,
do seu cotidiano, as suas ações, aquilo que fazem de bem para a sociedade. E
nós precisamos muito mais da Igreja Assembléia de Deus, das palavras embasadas
nesta pedra concreta e indestrutível que é a ação das pessoas, é o fazer das
pessoas, porque muitos terão que continuar essas obras já realizadas pela
Igreja. Nós estamos vendo, nas ruas da Cidade, não é nos becos perdidos e na
escuridão, mas no entorno da Rodoviária, na frente da Prefeitura, no Largo da
nossa Cidade, a Cidade que é o encanto do MERCOSUL, que é a Cidade de qualidade
de vida do País, crianças drogadas, jovens prostituídas.
E nós precisamos que pessoas e pessoas, como as senhoras e os senhores,
na sua labuta cotidiana, no seu exemplo prático, na sua ação real, levem a
palavra, mas esta não sumirá com os ventos, ela ficará porque é exemplo. E
esses exemplos, aqueles que dignificam as pessoas, aqueles que fazem as pessoas
crer, aqueles que fazem as pessoas se levantar, fazem com que nós, Vereadores,
demos exemplos nesta Casa da ética na política. Deputados na Assembléia
Legislativa. O exemplo das nossas Casas do Povo deve ser exemplo que não está
apenas na palavra, mas naquilo que nós fazemos como lei, como nós fiscalizamos,
como nós trabalhamos e como nós defendemos os direitos, a cidadania, como nós
defendemos aquilo que é bom para os homens. E aquilo que é bom para os homens
eu tenho a convicção de que é bom hoje e sempre.
Por isso a minha gratidão, a minha grande possibilidade meus caros
amigos, amigas, de expressar aqui, em nome do PT, do Partido dos Trabalhadores
e sua Bancada, a minha homenagem à Assembléia de Deus. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está
com a palavra pela Bancada do PDT.
O SR. ISAAC AINHORN: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) A cada ano tornou-se tradicional nesta Casa, por
iniciativa do eminente Ver. Eliseu Sabino, a realização de uma Sessão Solene na
Câmara Municipal de Porto Alegre, representação política desta Cidade, nesta
oportunidade comemorando 75 anos da Assembléia de Deus no Rio Grande do Sul e
90 anos da Igreja Evangélica da Assembléia de Deus em nosso País.
Que caminhos difíceis foram percorridos por essa Igreja! Imaginem os
senhores, no ano de 1909, em nossa Pátria, as dificuldades que existiam para
aqueles primeiros missionários, para aqueles primeiros pastores, levarem aos
distantes rincões da Pátria a palavra do Senhor, numa época em que nosso País
já estava sob o regime republicano, e a Igreja, separada do Estado, fortemente
respondia como se a crença do Senhor fosse monopólio de uma instituição
religiosa.
Imaginem, senhores, o nosso Estado, de conteúdo agrícola, de perfil
rural, e essa Instituição chegando na distante região missioneira, dominada,
também, pelo princípio de que não existiam outras expressões religiosas que
fossem expressões absolutas da mensagem da palavra do Senhor.
Lá ia o Rio Grande no ano de 1924, quando aqui os primeiros pastores
chegaram, instituindo a Assembléia de Deus, a Igreja Evangélica. Que difíceis
caminhos devem ter percorrido esses homens nas suas missões. Certamente eles
devem ser inspiração permanente a todos nós.
Hoje vivemos num momento em que esses preconceitos, indiscutivelmente,
foram, no correr dos anos, em muito superados. Felizmente preconizamos e
vivenciamos um período de ampla liberdade religiosa em que a palavra do Senhor
não é monopólio de ninguém. Temos que ter o espírito de tolerância e respeito a
todos aqueles que levam a palavra do Senhor. É isso que preconiza a Igreja
Evangélica da Assembléia de Deus, que soube, no curso dos anos, pela sua
respeitabilidade, pelo seu trabalho sério e responsável, nestes 90 e nestes 75
anos, granjear o respeito das instituições, do povo, da sua população e das autoridades como um todo. Neste curto
espaço de tempo, esta é a mensagem de respeito e reconhecimento que podemos
fazer a todos vocês, a esta Instituição que ganha, através do seu trabalho
missionário, do seu trabalho de amor ao próximo, de levar a palavra do Senhor,
a respeitabilidade. Aqui, eu invoco sempre a presença desta figura
extraordinária para todos nós que é o Pastor Nills Taranger, Ver. Paulo Brum, e
a sua esposa, os seus familiares, essas pessoas que sempre estiveram junto
conosco. Ambos são Cidadãos de Porto Alegre, Ver. João Dib, o que muito nos
orgulha, e o senhor, o Dilamar e tantos outros foram os autores daquele
processo de reconhecimento ao Taranger. Por quê? Porque o Taranger, esta figura
extraordinária, representa a própria instituição da Assembléia de Deus no Rio
Grande do Sul.
Receba o respeito, a admiração e o carinho de todos nós. Eu,
encerrando, uma vez que o Presidente em exercício, Ver. Paulo Brum me cobra o
encerramento, eu gostaria de muito mais falar aqui a essa comunidade que eu
aprendi a respeitar, e não só a respeitar - pois, de coração, eu digo -, mas a
amar essa comunidade da Assembléia de Deus, porque nós estamos
indissoluvelmente ligados aos senhores. Os senhores desempenham um trabalho de
proteção - antes diziam que a nós era inculcada a pecha de, há quase dois mil
anos, termos cometido deicídio -, pois, hoje, a palavra da Assembléia de Deus,
durante todos estes anos, vem sendo construída para desmistificar preconceitos.
E é isso que nos leva a esse sentimento de gratidão profunda, e de
reconhecimento pelo trabalho dos senhores. Aqui, há pouco, ouvimos o grupo que
leva essas palavras de um simbolismo e de uma expressão tão grande na
contemporaneidade que é a palavra shalon,
paz, e aqui eu encerro invocando as palavras do profeta Isaías que diz o
seguinte: (Lê.)
“Irá suceder em dias futuros que o monte da casa de D’us será acentuado
acima dos montes e levantar-se-á por cima das colinas. Confluirão a Ele todas
as nações, e acudirão povos numerosos. Dirão: Venha, subamos ao monte de D’us, a Casa de D’us de Jacob, para que Ele
nos ensine seus caminhos e nós sigamos seus caminhos. Pois de Sión sairá a
Lei, e de Jerusalém a Palavra de D’us. Julgará entre as pessoas, será árbitro
de povos numerosos. Forjarão, de suas espadas, arados e, de suas lanças,
podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem exercitarão mais a
guerra.” A mesma visão, em Isaías XI, toma esta forma: “Serão vizinhos o lobo e
o cordeiro e o leopardo se irá com o cabrito, o novilho e o cachorro passearão
juntos, e uma criança pequena os conduzirá. A vaca e a ursa passearão, juntas
deitarão suas crias; o leão, como os bois, comerá palha. Remexerá a criança de
peito no agulheiro da áspide, e na toca da cobra; o recém desmamado colocará a
mão. Ninguém fará danos, ninguém fará o mal em todo meu santo Monte, porque a
terra estará cheia de conhecimento de D’us, como cobrem as águas o mar.” Muito
obrigado, tenho dito. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra pela Bancada do PPB.
O SR. JOÃO DIB: (Saúda os componentes da
Mesa.) Meus Irmãos e minhas Irmãs. A vida, sem dúvida, nos traz estranhos companheiros
de viagem. Eu, neste momento, estou nesta tribuna para saudar, em primeiro
lugar o Ver. Eliseu Sabino, em nome do Ver. Pedro Américo Leal e do Ver. João
Carlos Nedel, pela iniciativa que teve de homenagear os 90 anos da Assembléia
de Deus no Brasil e os 75 anos, em Porto Alegre. Mas eu dizia que a vida nos dá
estranhos companheiros de viagem. Meu primeiro contato com a Igreja Assembléia
de Deus, ali na Rua General Neto, se deu em 1947, e o Pastor Eliseu Sabino,
hoje Vereador, ilustre Vereador, não havia nascido. O meu contato se fazia aos
domingos, quando eu ali passava com aquela que seria a mãe dos meus filhos e
ficava ouvindo os hinos que eram cantados, achava muito bonito. Não sabia que
um dia um hino faria alguma modificação na minha própria vida. Mas naqueles
dias eu olhava, assistia, nunca entrava na Igreja, levei mais de vinte anos
para entrar na Igreja e conhecer a extraordinária figura do Pastor Nils
Taranger, que admirei instantaneamente. Essa admiração, ao longo dos anos,
cresceu, consolidou-se e vi sempre que, realmente, era uma pessoa, com a Irmã
Mary, voltado a Deus, aos seus semelhantes e a fazer o bem. Passei a admirar a
Assembléia de Deus, porque eu via, naquelas pessoas que ali freqüentavam - lá
eu fui como Secretário, como Vereador, como Prefeito dezenas de vezes -
pessoas, como eu vejo, aqui, hoje, pobres, muitas vezes, mas apresentáveis; não
havia lamúrias, mágoa, tristeza, mas havia alegria, e as pessoas eram
saudáveis, e continuam sendo assim.
Curiosamente, quando eu estava para vir para esta Casa, recebi uma
coleção de livros, que encomendei, intitulada “Os Mais Belos Pensamentos do
Mundo”, composta de cinco volumes. Abri um deles, mas, por curiosidade, e a
frase que li dizia o seguinte: “Os livros estão para nos informar, e a Bíblia,
o Livro dos livros, para nos modificar”. A Assembléia de Deus, realmente, é
algo muito bonito: ver todos os irmãos com a Bíblia em baixo do braço e, de
repente, o Pastor cita um versículo, ele abre na página certa e lê juntamente
com ele. Realmente, a importância de fazer com que a Bíblia seja lida é uma
coisa que a cada dia aumenta. Eu posso, com satisfação, dizer que dei dezenas e
dezenas de Bíblias de presente ao longo da minha vida e vou continuar dando.
Eu, até confesso, nunca li toda Bíblia. Já tentei ler toda Bíblia, mas está
faltando algumas coisas.
Vou encerrar dizendo que, quando eu ouvi o Coral da nossa querida Irmã
Noemi e depois o Jogral, perguntei à pessoa que está sentada a meu lado, se não
havia um hino intitulado “Olha para o alto”: é claro que há. Há trinta anos,
fui na Igreja e a filha de um amigo viu-me acabrunhado, em cadeira de rodas,
duas bengalas, dores, problemas e ela me olhou e disse: “Tio, eu vou cantar um
hino para o senhor”. Ela era pequena, subiu numa cadeira e tinha uma voz
maravilhosa e cantou o hino. Eu que estava acabrunhado, com a cabeça baixa,
pensando nos meus problemas, nas minhas dificuldades, quando eu ouvi o que ela
dizia: “Olha para o alto...” Eu vi que a coisa estava realmente no alto e não
havia mais motivo para preocupar: “tudo daria certo’.
Realmente, ao longo de todos esses anos, Pastor João Ferreira Filho, eu
tenho tido imensas satisfações e, muitas vezes, lembro-me daquela menina, que
hoje é uma moça, não a tenho visto nos últimos tempos, são passados uns trinta
anos, ela deve ter quase 40, mas, realmente, muitas vezes eu me lembro e penso
que não vale a pena reclamar, é melhor agradecer porque é importante que se
agradeça.
Aproveito essa oportunidade, saúdo em meu nome, em nome do Ver. Pedro
Américo Leal, do Ver. João Carlos Nedel, do nosso Pastor Eliseu Sabino, em nome
deles saúdo toda a comunidade da Assembléia de Deus em Porto Alegre, no Estado
do Rio Grande do Sul e do Brasil. A todos saúde e paz.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, eu sou
testemunha das Bíblias que V. Exa. distribui. A minha filha Paloma recebeu do
Ver. João Dib uma Bíblia infantil, ilustrada; ao lado onde dorme a Paloma está
essa Bíblia. Este Vereador recebeu como presente de aniversário do Ver. Eliseu Sabino
uma Bíblia Sagrada, que possuo em meu gabinete.
Passamos a palavra ao Pastor João Ferreira Filho, Presidente da
Convenção Estadual de Pastores das Igrejas Evangélicas Assembléia de Deus.
O SR. JOÃO FERREIRA FILHO: A minha saudação ao Sr.
Presidente, Ver. Paulo Brum, extensiva aos demais Vereadores. Ao veterano homem
público, Dr. João Dib, já muito conhecido na nossa Igreja, muitas vezes,
estivemos juntos. Ao homem ilustre da política do nosso Estado, Ver. Pedro
Américo Leal. Ver. Isaac, de origem judaica, homem querido, porque a sua vida
está alicerçada nos fundamentos bíblicos divinos. Para nós, isso é um encanto,
pois pregamos a palavra que saiu do coração de Deus. Às demais autoridades, a
nossa saudação cristã, fraternal e assembleiana.
Encanta-nos ver um povo que se volta para Deus, reconhecendo as suas
origens, pois nós, seres humanos, se percorrêssemos a árvore genealógica no
ramo descendente ou ascendente, nos depararíamos com o primeiro homem da fila
que veio do nada. Deus o arrancou do nada e o trouxe para o meio dos seres
viventes. Às vezes, eu fico pensando como o nada quer ser independente. Somos
seres pensantes, temos inteligência, memória, vontade e consciência. A
consciência é uma ciência para com Deus. Só o homem, o ser humano, possui essa
ciência. Quando ele faz o mal ou o bem, ele tem consciência daquilo que
praticou.
Diz a Bíblia: “Bem-aventurada é a Nação cujo Deus é o Senhor”. O que me
entristece, como cristão, sabendo que minha pátria é chamada de Nação Cristã.
Lamentamos profundamente que essa Nação esteja desvinculando-se de Deus, pois,
esquece-se de Deus e, onde há maldade, violência, corrupção, os antediluvianos
há castigo. Se aqui estou no Rio Grande do Sul, foi em função da Marinha de
Guerra. Eu vim para patrulhar as fronteiras às costas da minha querida Nação,
arriscando a minha vida. Estava em um patrulhamento nas águas do Uruguai,
comandando uma lancha com os fuzileiros navais, quando esse Deus, que tudo pode
e tudo faz, tudo rege, tudo governa, falou-me para que eu trocasse as armas da
Marinha de Guerra pelas de fabricação celestial, que era a palavra de Deus, a
Bíblia Sagrada, que eu a conhecia desde a adolescência. Eu não hesitei um
instante sequer em deixar as armas, deixar a função, a profissão de marinheiro,
fuzileiro, para receber da parte de Deus uma vocação celestial.
Queridos Vereadores, queridas autoridades, nunca fui desobediente à
visão celestial. Eu venho do ventre das entranhas dessa Igreja. Em 1956, com 24
anos de idade, após deixar a Marinha comecei a caminhar pelos caminhos duros do
sofrimento; a terra dura para a semeadura, que é o coração humano. O que nos
preocupa é que o ser humano está tão degenerado, que é a única espécie que está
com medo da sua espécie. Antigamente tínhamos medo de cobra, de bicho, hoje se
está com medo do homem. Famílias trancadas com medo da sua espécie. Por que não
nos acordamos? Por que a Nação, em vez de oferecer camisinha, ensinando
prostituição, não ensina a palavra de Deus para que o homem se regenere? Ao
praticar o ato sexual, está quebrando o mandamento, quando Deus diz: “não
adulterarás”. O homem está desafiando o próprio Deus e está pagando caro por
esse desafio. Nunca houve um dia sequer no sofrimento da peregrinação cristã de
semeador, que nascesse no meu coração um arrependimento por ter deixado a
Marinha. Lecionava matemática para os Militares, carregando mala pesada, quando
não se tinha carro, de carroça. Uma vez o inimigo insinuou no meu ouvido: “Na
Marinha você vivia bem, tinha conforto”, e agora na caminhada, carregando a
mala, com fome, e sentia aquelas estrelinhas nos olhos quando não podia me
alimentar, carregando aquela mala pesada disse: “Satanás, tem muita gente que
não pode carregar essa mala, e Deus deu-me força para carregá-la”.
Minha Nação querida, povo da minha Pátria! Se esta Nação reconhecesse
que Deus gostaria de ser o seu Deus, para que ela brilhasse, para que ela fosse
o ornamento dos povos!
Por isso, nós, assembleianos, somos amigos de Israel, e toda a Nação
que tem-se insurgido contra Israel tem recebido a maldição, porque é a menina
dos olhos de Deus. Não importa que tenham crucificado o Salvador, mas haverá um
dia, e diz lá em Zacarias, “...que as tribos vão-se reunir e ali são citadas
todas as tribos para chorarem e lamentarem como alguém que perdeu seu
unigênito, porque eles vão reconhecer o Messias”. O seu Messias, e que dor não
sentiu Jesus no seu coração, que veio para o que era seu e os seus não o
receberam. Mas diz a Bíblia que “...todos quanto o receberam, deu-lhes o
direito e o poder de serem filhos de Deus”. E nós que somos cristãos, que
nascemos para esse Reino gerado no Reino do Filho do seu amor, não pertencemos
à carne nem ao sangue, nessa geração somos gerados por uma obra sagrada do
Espírito Santo. Que bom seria que nós combinássemos com a nossa esposa: vamos
gerar um santinho! Diz a Bíblia que não pertence a nós nem carne nem sangue,
mas a vontade de Deus. Para sermos um cristão tem que prevalecer a vontade de
Deus, e que bela feitura o homem ser feito cristão com o objetivo supremo de adorar
o Deus que tudo pode. A idade está-me atingindo, mas eu gostaria de voltar a
ser adolescente para pregar de novo tudo o que preguei nesses 47 anos que fui
ordenado, sagrado para administrar no santuário evangélico da minha querida
Igreja.
Fiz uma anotação, Sr. Presidente, permita-me. (Lê.)
“Dia 5 de novembro de 1910, a bordo do Navio Clemente, dois
missionários, Gunar Vingre e Daniel Berg, deixaram a cidade de Nova Iorque com
destino à cálida Cidade de Belém do Pará. No dia 19 de novembro de 1910, em dia
de sol causticante dos trópicos, os dois missionários desembarcaram na cidade
de Belém. Dois homens simples, não vinham de mãos vazias, nem traziam corações
frios e indiferentes às necessidades do próximo. Suas vidas ardiam de zelo
divino e transbordavam de fervor espiritual, desejo de transmitir aos outros o
conhecimento de um despertamento renovador do Espírito Santo que Deus prometera
a todos os que cressem em Jesus Cristo. Os 90 anos de história das Assembléias
de Deus no Brasil, transformaram-se em esplendorosas epopéias, dignas de serem
proclamadas ao mundo, não só no Brasil, porque apontavam para triunfos e
acontecimentos divinos. Poucos movimentos religiosos alcançaram tão elevada
expressão, em tão curto espaço de tempo, como o Movimento Pentecostal, isto é,
como o crescimento. das Igrejas Assembléias de Deus em nosso País. Nenhuma
organização religiosa foi tão combatida, tão mal compreendida, e recebida com
tantas reservas, suspeitas, malquerências como foi o movimento pentecostal
denominado Assembléia de Deus. É certo que nenhum outro movimento cresceu tanto
em igual período, nem se projetou com tanta rapidez, como as Assembléias de
Deus, apesar de elas não contarem com recursos financeiros, nem possuírem
destacados valores intelectuais. A única força em que os fiéis e dedicados
cristãos confiaram para triunfar foi a invencível força divina vinda do coração
de Deus.
Meus senhores, não quero roubar o tempo que é precioso. Meu
agradecimento à Câmara de Vereadores, aos Vereadores, ao nosso querido Eliseu
Sabino. Não temos nada para oferecer a não ser a gratidão da minha querida
Igreja a esta Casa do povo de Porto Alegre. O nosso carinho, respeito e
consideração. E como disse o Vereador: “Deus não é patrimônio de uma só pessoa
ou de um só grupo”. E quantas mortes aconteceram, porque alguém colocou na
cabeça que Deus era deles e de mais ninguém! Mas Deus não se coloca na cabeça
de quem quer que seja, para obedecer àquela cabeça ou àquela mente! Deus é a
cabeça universal que rege todas as coisas. O meu abraço, meu carinho e meus
agradecimentos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn, que
representa a comunidade judaica aqui, na nossa Câmara Municipal, entregará ao
Pastor João Ferreira Filho um calendário judaico do ano 5760 - 1999/2000.
(O Pastor João Ferreira Filho recebe o calendário judaico) (Palmas.)
O caro colega, Ver. Eliseu Sabino, também, neste momento, fará a
entrega de uma lembrança do seu gabinete às representações que se fazem
presentes nesta Sessão Solene.
As seguintes pessoas receberão homenagem do Ver. Eliseu Sabino: Pastor
João Ferreira; Pastor Edegar Machado, os regentes dos corais, Maestro Jorge Luz
e Maestrina Noemi. (Palmas.)
(É feita a entrega das lembranças.)
Ouviremos, neste instante, uma apresentação do Coral Viva Voz, de Canoas, sob a regência do Maestro Jorge Luz.
(É feita a apresentação.)
Para finalizar, ouviremos o Hino Rio-Grandense.
(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)
O SR. PRESIDENTE: Encerramos a presente
Sessão, agradecendo a presença de todos e que Deus ilumine os nossos caminhos.
(Encerra-se a Sessão às 19h05min.)
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